Sejam bem vindos ao mundo da Fìsica!

domingo, 27 de maio de 2012

8 Mitos sobre Cientistas


Não pude deixar de compartilhar com os caríssimos e amigos leitores estes oito mitos sobre cientistas, que encontrei no Tumblr The Mighty Ribozyme (originalmente publicado na ScienceMag por Adam Rubben).
Duvido não perceberem uma identificação tremenda imediatamente! OBS: Adicionei algumas observações pessoais em itálico
Divirtam-se!

Mito #1: Cientistas frequentemente fazem importantes descobertas
Realidade: descobertas científicas são agonizantemente lentas (e não raramente surgem sem planejamentos). “A única vez que eu corri pelado pelas ruas gritando ‘eureka!!’ foi quando eu esqueci de reabastecer meu frasco de medicamentos.”

Mito #2: Cientistas trabalham isoladamente
Realidade: Cientistas são mais orgulhosos de estabelecerem colaborações do que de seus resultados. A maioria dos discursos científicos terminam com um slide listando todos os colaboradores, como pequenas medalhas de honra. Quanto menos similar for o campo de estudo do colaborador, mais orgulhoso fica o cientista. “Pois é, eu até posso ter descoberto a cura da tuberculose”, um cientista irá dizer, “mas com o que eu fiquei mais animado é esta nova colaboração um poeta islandês!!”.

Mito #3: Cientistas possuem habilidades úteis
Realidade: Cientistas possuem habilidades úteis no laboratório (e nem isso é regra! quem nunca teve um colega COF COF que quebrava toda vidraria, estragava as cubas de eletroforese ou deixava cair reagentes no chão?). Porém, você nunca deveria permitir que um físico providencie a fiação da sua casa (ou deixar um decorar seu apartamento… provavelmente vai ser tomado por miniaturas de bonecos de Star Wars e banners de Star Trek, fora umas toalhas aleatórias, para parecer muito inspirado pelo Mochileiro das Galáxias, né?! XD).

Mito #4: Cientistas seguem o método científico como ele foi ensinado no ensino médio: Observação, Questionamento, Pesquisa, Hipótese, Experimento, Conclusão.
Realidade: A forma que os cientistas trabalham se parece mais com isso: Mexericar, Encontrar Algo Estranho, Repetir o Teste, Não Acontece uma Segunda Vez, Se Distrai Tentando Fazer com que Aconteça Novamente, Ir para a Sala do Café (substituível por tomar muitos litros de "alguma substância diferenciada" em um canto inóspito), Relembrar o Propósito Inicial da sua Pesquisa, Recomeçar, Submeter Pedido de Financiamento para um Melhor Instrumento (faltou dizer que manda os alunos da graduação e pós graduação fazerem isso), Publicar Alguma “Babaquice” Provisória, Perceber que Alguém já Tinha Publicado Babaquice Semelhante Antes, Ter Crise Existencial e Descontar nos Orientados, Levar o seu Laboratório para uma Nova Direção, Submeter Pedido de Financiamento para esta Nova Direção, Colaborar com um Poeta Islandês, Tomar Café com um Poeta Islandês (acho que poetas islandeses devem gostar de  "alguma substância diferenciada" também, nada como uma companhia em um canto inóspito), Co-escrever um Ode Cientificamente Acurado sobre as Morsas, Se Interessar por Algo Não Relacionado, Solicitar Financiamento para Algo Não Relacionado, Perceber que Já se Passaram 20 Anos.

Mito #5: Experimentos sempre rendem dados que ensinam ou revelam alguma coisa.
Realidade: Digamos que você está fazendo um experimento com cinco camundongos. Estes camundongos se tornarão amarelos ou azuis. Então você entra no laboratório, esperando ver cinco camundongos amarelos, o que apontará para uma explicação, ou cinco camundongos azuis, o que apontará para a outra. Ao invés disso, você verá um camundongo amarelo, um verde, um listrado, um xadrez (morto), e outro que, de alguma forma, costurou para si próprio uma jaquetinha azul, apesar de ele não curtir usá-la o tempo todo (provavelmente este camundongo criou a habilidade de fazer risos irônicos também, mas isso fica meio complexo de explicar assim, do nada)(ah, o fato de conseguir perceber os risos irônicos fica fora de cogitação).

Mito #6: Uma tragédia pessoal pode tornar um cientista maldoso.
Realidade: Poucos cientistas são legitimamente maldosos, apesar de este número aumentar se você pedir para alunos de pós-graduação caracterizarem seus orientadores (por “tragédia pessoal”, leia-se a não aprovação de um requerimento de financiamento para projeto, ou um artigo rejeitado, ou mesmo falta de café). Além disso, é realmente difícil ser verdadeiramente mau quando você não tem nenhuma habilidade prática (se bem que uma pipeta de vidro poderia fazer um bom estrago… fora os perigos de um laboratório de histologia!).

Mito #7: Um cientista pode ser proficiente em todos os ramos da ciência.
Verdade: Qual era exatamente a disciplina em que o professor de “A Ilha dos Birutas” era especializado? Química? Engenharia Mecânica?  Construção de transistor baseada em cocos?  Qualquer fosse o momento que um problema precisasse de solução, o professor sabia exatamente o que fazer. Aquele cara podia fazer qualquer coisa. Exceto um barco. Pessoas não muito familiarizadas com ciência (e mesmo as familiarizadas) acreditam que cientistas podem dominar qualquer assunto. É por isso que volta e meia nos perguntam acerca de nossas opiniões sobre novidades científicas, às quais simplesmente respondemos “humpf, pois é, veja bem, eu sei que sou filogeneticista molecular, e que sua história era sobre filogenia molecular, mas, errrrr, eu sou um tipo diferente de filogeneticista molecular” (situações mais corriqueiras seriam algo como “VOCÊ QUE É BIÓLOGO, o que é essa plantinha que está crescendo na rachadura do meu muro? hein hein?”, ao que o cientista responde “pois é, eu trabalho na verdade com ecologia de peixes bentônicos…eu não sei o que é sua plantinha”. Obviamente a réplica seria “mas você não deveria saber de todas essas coisas biológicas??”).

Mito #8: Cientistas não são sexies
Verdade: Cientistas são, sim, muito sexies! Não apenas nossos jalecos nos fazem parecer mais elegantes e charmosos (se limpos então, fica um chuchu de lindo!), como estes mesmo jalecos ficam ainda melhores posicionados sobre uma lâmpada enquanto te conquisto por completo (clima romântico!).

sábado, 26 de maio de 2012

Utensílio de Utilidade Semi-Útil



Douglas Adams pode ter sido o primeiro a chamar a atenção para as múltiplas utilidades da toalha, mas não foi o primeiro a levar a sério esse banal pedaço de tecido felpudo, encontrável em (quase) todo banheiro. Diversos inventores tentaram aperfeiçoar esse utensílio têxtil, úmido e às vezes bolorento aplicando-lhe utilidades extra-banho.

Um "gênio", ou quase isso, seguindo este preceito desenvolve algo que mantém a toalha o mais intacta possível, o que permitiria seus múltiplos usos em situações interestelares. Convertible Towel Costume (Traje de Toalha Conversível) foi a elegante ideia de Charlotte B. Dike:

Fig. 1: Patente "útil"?!
A presente invenção relaciona-se a aperfeiçoamentos em artigos de toalhamento (toweling, no original) que pode ser convertido para funcionar como vestuário e, em particular, como uma toalha aprimorada, de baixo custo, que provê a total utilidade, aparência e proporções de toalhas de banho convencionais e que é adaptada para pronta conversão em um vestido com estilo de capa.

Note-se a referência à “total utilidade” de uma toalha comum. E isso plenamente registrado numa patente (nº.3.013.274) de 1961! Nativa de Stoneham, Massachussets Ohio, Mrs. Dike provavelmente deve ter sido uma MOCHILEIRA!

Entre as justificativas, ela admite que a reutilização de toalhas como vestimenta não é original. Já havia patentes anteriores tentando lidar com as múltiplas utilidade de uma toalha, mas Mrs. Dike é a única a reconhecer que todas essas invenções foram “inspiradas por um comum e ainda mais antigo expediente de banhistas na formação de vestimentas temporárias enroladas com toalhas.”

No entanto, ela critica o uso de buracos à guisa de gola ou de toalhas com tamanho desproporcional, o que atrapalha a principal utilidade de uma toalha — o enxugamento. Para evitar a perda de utilidade banhísticas, a inventora propõe o uso não de uma, mas de duas toalhas, ou melhor:

"duas seções de material macio de enxugamento cada um em forma retangular, tendo uma largura levemente em excesso em relação ao ombro e comprimento levemente em excesso em relação ao tronco [...] Essas duas seções são permanentemente presas em relação às extremidades, com uma sobreposição predeterminada entre as ditas extremidades, por curtas linhas de costura que formam suturas estendendo-se de cada uma das laterais uma pequena distância no sentido do mas não até o centro. A porção central não cosida forma, assim, uma pequena área de superfícies sobrepostas. No interior dessas superfícies dispõe-se um número de pequenos botões metálicos que cooperam no fechamento da superfícies que se confrontam."
Assim, nada de zíperes ou botões visivelmente expostos e que poderiam te machucar no uso pós-banho (embora essa seja uma utilidade que talvez fosse útil em lutas contra bestas extraterrestres). Adicionalmente, há botões para ajudar a fechar a parte lateral, ou então pode se usar cordas (podendo ser úteis em alguma outra hora) para amarrar as laterais. Opcionalmente, pode haver bolsos, sempre muito úteis, seja você um(a) viajante intergalático(a) ou não.

Ah, sim! Se você é, com o perdão do pleonasmo, um mochileiro do sexo masculino (ou qualquer outro que exista ou venha a ser descoberto na galáxia), "DON'T PANIC" Embora pareça um vestidinho sexy, o traje-toalha de Dike encaixa-se perfeitamente na moda da região mais brega da Galáxia, deixando todos com aparência ridícula.

Mas quem disse que um mochileiro precisa parecer sério?

sexta-feira, 25 de maio de 2012

FELIZ DIA DA TOALHA!

Um blog voltado para coisas científicas (nerds) não poderia deixar este dia tão importante passar em branco...

Por isso segue aí algumas explicações, citações, colocações, notificações, pontos importantes sobre este dia tão interessante!
Fig. 1: Infográfico da toalha

Como já dizia o Guia do Mochileiro das Galáxias:

"A toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você – estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro; e naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa.

Porém o mais importante é o imenso valor psicológico da toalha. Por algum motivo, quando um estrito (isto é, um não-mochileiro) descobre que um mochileiro tem uma toalha, ele automaticamente conclui que ele tem também escova de dentes, esponja, sabonete, lata de biscoitos, garrafinha de aguardente, bússola, mapa, barbante, repelente, capa de chuva, traje espacial, etc, etc.

Além disso, o estrito terá prazer em emprestar ao mochileiro qualquer um desses objetos, ou muitos outros, que o mochileiro por acaso tenha “acidentalmente perdido”. O que o estrito vai pensar é que, se um sujeito é capaz de rodar por toda a Galáxia, acampar, pedir carona, lutar contra terríveis obstáculos, dar a volta por cima e ainda assim saber onde está sua toalha, esse sujeito claramente merece respeito"


Ergam seus polegares e tragam suas toalhas, pois iremos dar uma volta neste imenso universo Douglas Adams'niano!

Se analisarmos o dia de hoje: 25/05/12 atentamente podemos perceber que:
25 + 05 + 12 = 42. O.o

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Como colonizar a Galáxia em 16 lições

Pioneiro da astronáutica e da exploração espacial, antes mesmo da criação de foguetes, o russo Konstantin Eduardovich Tsiolkovsky publicou esse roteiro para a colonização do espaço em 1926

1. Criação de aeronaves-foguetes com asas
2. Aumento progressivo da velocidade e altitude dessas aeronaves
3. Produção de verdadeiros foguetes, sem asas
4. Capacidade de pousar na superfície do mar
5. Alcançar a velocidade de escape (cerca de 8 km/s) e lançar o primeiro voo em órbita da Terra
6. Ampliar a duração dos voos de foguetes no espaço
7. Uso experimental de plantas para produzir uma atmosfera artificial em espaçonaves
8. Uso de trajes espaciais pressurizados para atividades no exterior de espaçonaves
9. Construção de estufas orbitais para plantas
10. Construção de grandes hábitats orbitais ao redor da Terra
11. Uso de radiação solar para produção de alimentos, aquecimento das moradias espaciais e para transporte através do Sistema Solar
12. Colonização do Cinturão de Asteroides
13. Colonização de todo o Sistema Solar
14. Conquista da perfeição individual e social
15. Após a superpopulação do Sistema Solar, colonizar a Via Láctea
16. Quando o Sol começar a morrer, as pessoas que permanecerem no Sistema Solar mudam-se para outros sois.

Conscientemente ou não, até agora seguimos seus conselhos. Já cumprimos, meio que toscamente, 7 dos primeiros passos (precisamos utilizar logo as plantas como fonte de oxigênio). As cinco primeiras etapas foram cumpridas com grande rapidez, mas logo empacamos no passo 6 que tem sido cumprido de modo excessivamente cauteloso e parece bastante atrasado.

A exploração dos asteróides, anunciada recentemente pela empresa Planetary Resources pode ser um negócio precipitado. De acordo com Tsiolkovsky, esse seria o 12º passo e deveria ser tentado apenas depois de conseguir sucesso a construção de diversas estações espaciais, de prolongadas permanências no espaço e do uso da energia solar para sustentar todos os sistemas de sobrevivência fora da Terra. Nada disso foi conseguido e pode ser que o programa da Planetary Resources falhe por não seguir o roteiro de vovô Tsiolkovsky.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Química galáctica revela composição e idade das estrelas


Fig. 1: Dr. Prof.  Walter J. Maciel
Atestado de Físico pela foto
Assim como o vento sopra a poeira na Terra, os ventos estelares sopram matéria para fora das estrelas ao longo da vida desses astros. O vento estelar interessa aos astrônomos porque é um fenômeno preliminar do que vai ocorrer no fim da vida da estrela. Esse vai-e-vem dos elementos no meio interestelar compõe uma área de estudos conhecida como evolução química das galáxias.
Esse estudo, de como os elementos químicos mudam com o tempo e com a posição dentro das galáxias, é o tema de interesse de um grupo de pesquisadores brasileiros, coordenado pelo professor Walter Junqueira Maciel, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP. Este professor é mais um físico mineiro, ele nasceu na cidade de Cruzília.

O foco do projeto são as estrelas centrais das nebulosas planetárias. "As mudanças vão depender da evolução com o tempo. Então, precisamos saber qual é a idade delas. Estamos calculando as variações da composição química, mas precisamos saber a que época da vida da galáxia elas se aplicam", disse Maciel.

"A composição química atual da Via Láctea é diferente de 5 bilhões ou de 10 bilhões de anos atrás. Precisamos estudar objetos que tenham idades correspondentes a cada uma das fases da vida da galáxia e, para isso, é preciso calcular as idades de cada objeto em estudo", explicou.


Fig. 2: Vento Estelar
VENTOS ESTELARES

As estrelas centrais de nebulosas planetárias estudadas pelo grupo do IAG são fases muito evoluídas da vida de estrelas como o Sol. Ao observar essas estrelas, os pesquisadores obtêm informações que ajudam a testar e aperfeiçoar modelos de evolução e de estrutura de estrelas já descritos pela ciência.

Fig. 3: Graziela R. K. Rodrigues 
"Elas já perderam todo o 'envelope', isto é, a nebulosa planetária que estava ao redor delas. O que mostram agora em sua superfície é a composição química que antes ficava dentro da estrela, algo que não conseguimos enxergar", explica Graziela Roswitha Keller Rodrigues. O trabalho de Graziela consiste em descobrir a composição química dos ventos estelares e qual a influência dessa composição no processo de perda de material estelar.

A perda de material por meio dos ventos estelares se relaciona com a luminosidade das estrelas e, basicamente, é a decomposição da luz, por meio de espectroscopia, que conta do que uma estrela é feita. Com isso, os cientistas calculam a metalicidade, ou seja, quais os elementos químicos a formam e em que quantidade. Esses dados podem ser usados para estimar a idade das estrelas.

Uma hipótese científica para explicar os ventos é a pressão de radiação: a luz gera uma pressão, empurrando o material das camadas mais externas da estrela. "Dependendo do elemento químico que estiver naquele material, a luz vai empurrar menos ou mais vento. Se soubermos quais são os elementos químicos presentes, podemos dizer se um modelo é capaz de gerar ou não a perda de massa que a gente observa", disse Graziela.

Baseado no artigo de Janaína Simões
Fonte: Inovação Tecnológica

terça-feira, 8 de maio de 2012

Como funciona a Tecnologia 3D?

Fig. 1: Tecnologia 3D avançada (O Chamado)

Hoje em dia ouve-se muito falar da tecnologia 3D muito utilizada em filmes, games, agora televisões empregando este processo, mas afinal o que é a tecnologia 3D?

A realidade em três dimensões teve seus princípios de criação e suas primeiras experiências a mais de meio século. Para se ter uma ideia em 1952, nos Estados Unidos, foi exibido o primeiro filme em 3D nos cinemas. Claro, que nada como é nas modernas salas de hoje em dia, mas a experiência de ter a impressão de ver as imagens saindo da tela, ainda que precária, causou furor no público.

Assim, durante toda a década outras experiências foram feitas, mas à época as prioridades eram outras. Era preciso aprimorar o som, o formato de exibição de imagem, reformar as salas de cinema e aprimorar os óculos 3D que, além de ser desconfortáveis, causavam dor de cabeça e enjoo em algumas pessoas.

Mas afinal, como é feito o 3D e por que vemos em três dimensões? Você me perguntaria de novo...

Fig. 2: Imagem antes estereoscopizada
A terceira dimensão não existe, é apenas uma ilusão da sua mente, literalmente. E isso é possível graças a um fenômeno natural chamado estereoscopia. Apesar do nome complicado trata-se apenas da projeção de duas imagens, da mesma cena, em pontos de observação ligeiramente diferentes.

Basicamente a estereoscopia faz com que o seu cérebro, automaticamente, funde as duas imagens em apenas uma e,  nesse processo, obtenha informações quanto à profundidade, distância, posição e tamanho dos objetos, gerando uma ilusão de visão em 3D.

 Para que isso seja possível, no entanto, a captação dessas imagens não é feita de uma forma qualquer. Lembre-se que o efeito 3D é composto por duas imagens projetadas em pontos distintos. Logo, na captação, devem ser filmadas duas imagens ao mesmo tempo. Essa correção de enquadramento é feita por softwares específicos, em tempo real, que reduzem as oscilações na imagem, deixando a composição mais realista.

Fig. 3: Esteroscopia esquematizada
A câmera estereoscópica simula a visão do olho humano. Cada lente é colocada a cerca de seis centímetros uma da outra (já que essa é a distância média entre os olhos de uma pessoa). E nesse processo ainda devem ser controlados: o zoom, o foco, a abertura, o enquadramento (que deve ser exatamente o mesmo) e o ângulo relativo entre elas. Não é uma tarefa fácil ou que você possa fazer na sua casa. Até é possível, mas é um processo bem trabalhoso.

Um truque utilizado pela indústria é filmar através de uma lente e usar um espelho para projetar uma imagem deslocada em uma segunda lente. A imagem refletida é girada e invertida antes da edição do filme. E, por se tratar de um espelho, é preciso fazer ainda as correções de cores e brilhos necessárias para que não dê a impressão de imagens distintas.

E como isso é possível sem os óculos?

A grande sacada do efeito em 3D sem óculos está nas telas de cristal líquido. Quando combinadas lentes especiais (visores autoestereoscópicos) com a maior frequência de transição de imagens, o resultado é a projeção de uma imagem que é captada pelo olho humano como sendo em terceira dimensão.

Como explicamos, a projeção 3D simula a visão do olho humano e, por isso, tanto na captação quanto na projeção, é preciso duas imagens para simular os olhos esquerdo e direito e compor uma única imagem.  Na televisão 3D são geradas duas imagens simultâneas, que vistas através de uma lente no próprio cristal líquido, fazem com que o cérebro perceba apenas uma única imagem, criando a ilusão da terceira dimensão.

Os custos ainda são proibitivos e há muito a ser desenvolvido. Segundo especialistas, os efeitos por enquanto só são perceptíveis de maneira convincente em telas maiores do que 50 polegadas. Além disso, não basta ter uma TV em terceira dimensão é preciso que haja conteúdo sendo produzido também para esse formato. E aí entra em cena também a necessidade de popularização do Blu-ray, mídia que dá suporte a essa alta resolução necessária.

Para quem ainda tem interesse me conhecer um pouco mais sobre estereoscopia, segue um link de um site brasileiro que aprofundou um pouco mais no tema:
http://www.novacon.com.br/sistereo.htm

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Para descontrair um pouco...



Newton X Einsten

Chegando ao céu, Einstein é recepcionado por São Pedro, que o encaminha aos seus aposentos. No dia seguinte, ainda meio aturdido pelos últimos acontecimentos, sai para um passeio, caminhando calmamente pelos jardins envoltos por uma névoa fina e delicada. O lugar é tranquilo, com pouca gente circulando, todos com uma impecável veste branca.
- Parece que o céu não é um lugar muito povoado mesmo – pensou.

Mais adiante, ele avista um senhor sentado em um banco embaixo de uma grande árvore. Uma figura estranha, magro e com uma peruca branca de cabelos encaracolados e compridos. Einstein se aproxima e o cumprimenta.
- Está um lindo dia não?
- O senhor deve ser o famoso Einstein, estou certo? – respondeu secamente o senhor da peruca.
- Correto. Mas como sabia? – perguntou Einstein, surpreso.
- Foi Deus quem me falou ontem que você estava para chegar.
- Deus?
- E quem mais haveria de ser?
- Então podemos conversar com Deus, senhor, senhor…?
- Newton. Isaac Newton.
-Isaac Newton!!! Estou diante de Isaac Newton? Mas é uma honra!

Mas Newton pareceu estar aborrecido com Einstein e não retribuiu o elogio. E em seguida perguntou, em tom áspero.
- Então foi o senhor que minimizou a importância das minhas descobertas?
- Como assim, não estou entendendo… – respondeu Einstein, dissimulando.
- A mecânica newtoniana foi transformada em um caso particular, depois da sua teoria geral da relatividade.
- Puxa, sinto muito se o magoei. Não foi intencional. Sabe como é, a ciência tem que evoluir. Além do mais, cedo ou tarde alguém teria descoberto a mesma coisa.
- Você alterou totalmente o entendimento da gravidade. De onde você tirou aquela ideia de espaço curvo?
- Bem, eu…
- Deixe prá lá. Isso não tem mais importância. Mas eu tinha que falar. Estava engasgado.
- Aceita um mel? – perguntou Newton, tirando um potinho da sacola.
- Não obrigado! Mas a sua teoria é muito importante para a maioria dos casos.
- Obrigado. – e levantando-se com o potinho de mel nas mãos, diz – Agora tenho que ir para minha aula de harpa.

E antes que Einstein dissesse alguma coisa, Newton complementa.
- À tardezinha tem happy hour com Deus no jardim principal. Reunimo-nos todos os dias para jogarmos dados. Não quer ir?
- Mas Deus não joga dados! – exclamou Einstein, surpreso.
- Isto é o que você pensa! Aliás, é a única coisa que se pode jogar por aqui. Cartas é só lá embaixo. Sabe como é…
- À propósito. Ele me levou para dar uma espiadinha no futuro. Dois mil e pouquinho. Sua teoria está sendo muito usada lá. Utilizam para cálculos em telecomunicações, viagens espaciais, laboratórios de pesquisa e muito mais. Parabéns.
- Obrigado. – respondeu Einstein, satisfeito.
- Ah, já ia me esquecendo. Tem outra teoria que está fazendo muito sucesso por lá. Chamam de teoria das supercordas. E ao que tudo indica a sua teoria geral é um caso particular desta.

E, virando as costas, Newton se afasta, com um sorriso debochado no rosto, como a dizer – sua teoria também não é completa.
Einstein, encucado, observando Newton se afastar, exclama para si mesmo:
- Hum! Há séculos aqui e nem harpa aprendeu a tocar ainda.

Escrito por Belmiro Wolski e editado por Pedro Cornélio

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Vale a pena conferir!

Uma amiga minha, também professora, tem um blog destinado aos alunos dela...
A mulher, física, denominada Denise ou Dizza, é meio doida mas vale a pena dar uma olhadinha de vez em quando.... 
Quem pretende entrar em um colégio técnico é sempre bom pesquisar em mais fonte... e para quem quer aulas particulares, caso eu esteja ocupado (claro!), pode procurar para essa doida, que ela é muito fod... quer dizer inteligente! Segue abaixo o link para o blog dela:

http://dizzafisica.blogspot.com.br/

Ah! Foi ela também que deu a ideia do nome do blog, pois antes era Física na Veia que já era o nome de outro blog.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Ciência para Festa!!!

Está cansado daquelas cenas de festa, normalmente festa da família, em que fica sempre aquele marasmo todo? Para amenizar este problema, e possivelmente outros que sejam parecidos com este, o responsável por um canal no Youtube, chamado Richard Wiseman, ensina dez maneiras diferentes de entreter seus convidados com o simples uso dos seus conhecimentos na ciência. O vídeo, como dá para perceber, está em inglês, mas dei uma traduzida nas dicas para você não perder a diversão e poder acompanhar. Vamos lá?

1) Acenda uma vela e acenda um fósforo com ela. Depois, assopre e posicione o fósforo perto da fumaça da vela; você vai reacendê-la rapidamente como se fosse mágica.

2) Coloque cerca de 70 mL de água (ou cerca de 1/5 da capacidade) em uma latinha de refrigerante vazia e posicione-a como mostrado no vídeo. O peso da água vai permitir que a latinha gire de um jeito misterioso.

3) Coloque uma toalha leve e de pano sobre a mesa e posicione objetos pesados sobre ela. Lembre-se que forma como você puxa a toalha é que faz a diferença, puxe-a verticalmente para baixo e não horizontalmente.

4) Peça para alguém girar o pé direito em sentido horário e, com o indicador da mão direita, desenhar um seis no ar. O movimento do pé vai automaticamente mudar para o sentido anti-horário.

5) Adicione um pouquinho de vinagre branco e bicarbonato de sódio em um medidor. Espere a mistura abaixar, como mostrado no vídeo, e passe a vasilha sobre as velas, como se fosse derramar o líquido nelas. O fogo vai extinguir como num passe de mágica.

6) Diga para alguém colocar a mão sobre a mesa e mexer todos os dedos. Então, peça para a pessoa dobrar o dedo do meio e tentar novamente. Vai ser impossível deslocar o dedo anular.

7) Coloque um palito entre os dentes de dois garfos e posicione o palito sobre o seu dedo indicador, como mostrado no vídeo. Garfos que gravitam!

8) Esse truque é para os profissionais na arte de jogar bolinhas. Ao fazer a bola quicar no chão e bater na parte de baixo do tampo da mesa, você verá que ela volta exatamente para o lugar onde sua mão estava.

9) Simples e divertido: pegue uma nota, faça duas dobras onde estão o centro dos olhos da figura e pronto, você verá a imagem sorrir ou se enfurecer (sim, funciona com notas de real também, basta tentar).

10) Fixe um palito na caixa de fósforos (da maneira que for mais conveniente na hora), depois posicione outro palito e uma moeda como mostrado no vídeo e desafie um amigo a tirar a moeda sem mexer nos palitos. O truque está em acender o centro do fósforo que está colocado na diagonal.

E aí, gostou das dicas? Conhece mais algum truque de mágica interessante? Conte nos comentários!

E agora fica o meu desfio para vocês, conseguem explicar o fenômeno científico por trás de cada uma dessas brincadeiras?

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Ler no ônibus descola a retina?


 Hoje iremos quebrar esse tabu que nossas mães nos contam a respeito da leitura nos ônibus, mas calma antes que você mostre este post para sua mãe, pai ou responsável, saiba que eles só queriam o seu bem e que eles também acreditavam neste mito.

Depois de ler um trabalho no Hospital dos Olhos, Instituto Benjamin Constant, Conselho Brasileiro de Oftalmologia e Sociedade de Oftalmologia do Amazonas, resolvi descrever melhor o que pode acontecer ao se ler um livro no ônibus.

 A verdade é que você pode ler as obras completas de Jorge Amado, Guimarães Rosa ou mesmo Tolkien nas suas viagens cruzando BH que a retina vai continuar colada. Mas, fazendo isso, você ainda corre o risco de ficar tonto.


Fig. 1: olho normal
Essa ideia de tontura vem do fato de que para ler no ônibus o seu sistema nervoso precisa trabalhar com duas mensagens conflitantes que são recebidas, imagens em movimento e imagens paradas ao mesmo tempo. Vamos ver da seguinte forma, do ponto de vista central, enquanto você está concentrada no texto à sua frente que está parado a sua visão periférica capta a paisagem correndo ao seu lado e manda avisar que você está em movimento. "Isso gera uma confusão entre o cérebro e a visão que pode causar um mal-estar", explica Paulo Mello Filho, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Mas essa indisposição não tem nada a ver com descolamento da retina e que pode ser facilmente evitada se você fechar a cortininha da janela do ônibus.

Claro que toda regra tem exceção: a literatura oftalmológica registra o caso de um cidadão amazonense que descolou a retina lendo a bordo de um barco. Todavia, como ressalta Omar Bonilla, presidente da Sociedade de Oftalmologia do Amazonas, o leitor tinha agravantes que contribuíram para o descolamento: 6 graus de miopia e um caso severo de diabetes. Ou seja, ele já tinha a propensão a ter este problema.

Para um olho normal, o perigo está mesmo na trombada no futebol, no cinto de segurança que escapa, ou seja, uma pancada muito forte próxima dos olhos. O descolamento inicial pode ser pequeno, notado apenas pelo surgimento de pequenas manchas na visão, mas, sem tratamento rápido, a retina inteira pode se descolar.

Fig. 2: retina descolada
Logo, vemos que para que a retina descole, é preciso muito mais que leitura. Mas depois de toda essa conversa, o que é a retina? Ela é uma camada interna presente no fundo do olho composta por células nervosas responsáveis por transformar a energia luminosa do meio externo em energia elétrica, sendo esta transportada para o cérebro através do nervo óptico aonde será formada a imagem e com isto a visão, ou seja, ela recebe e repassa imagens para o cérebro. Colada no globo ocular, ela não descola apenas com um movimento involuntário fruto de uma leitura no ônibus. É preciso algo mais forte.

Só para termos uma ideia, se ela se descolar ela não reflete mais as imagens captadas: começa com algumas manchas e avança até a perda da visão. O tratamento tem de ser imediato, e geralmente inclui cirurgia. No procedimento mais comum, é colocado um anel de silicone em volta do olho e este anel serve para suturar a retina rompida e restaurar a visão normal.

Para aqueles que gostariam de se aprofundar m pouco mais, segue alguns links interessantes abaixo:
http://www.institutoderetina.com.br/doencas.asp?id=8&l=doencas
http://www.portaldaoftalmologia.com.br/site/site2010/index.php?option=com_content&view=article&id=72:retina&catid=44:destaques&Itemid=48

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Tomar banho depois de comer faz mal?



Seguindo a mesma linha de raciocínio para não perdermos o fio da resistência, digo, da meada... Bom, se realmente faz bem ou não isso depende da temperatura da água e da quantidade de comida ingerida.

Isso mesmo! Se a água estiver muito quente podemos ter problemas para digerir a comida, pois, depois de uma refeição, nosso sangue se dirige em grande quantidade ao sistema digestivo para auxiliar a digestão. Ao entrar em contato com água muito quente, parte desse sangue que irrigava a região abdominal, desvia para a pele. Isso porque os vasos sanguíneos superficiais se dilatam para deixar passar o calor e esfriar o organismo. Assim, parte do sangue que deveria ajudar no processo digestivo migra para a pele. Como consequência disso, o alimento permanece mais tempo no estômago e no intestino, podendo sofrer uma nociva fermentação provocada por bactérias. E quanto mais comida ingerimos, mais demorada é a digestão! Pelas mesmas razões não é aconselhada o uso da sauna.

Já a água fria não traz tantos problemas de digestão como banho quente, apesar de ser uma atitude que também atrapalhe na digestão. O maior problema do banho frio seria, se a pessoa decide nadar depois de comer: o exercício físico faz com que o nosso sangue se dirija mais para os músculos do que a água quente do banho trazendo graves consequências para o organismo. Sem contar que a água fria faz com que você troque calor mais rápido e com isso aumente a circulação sanguínea que é um dos reguladores de temperatura do nosso corpo.

domingo, 22 de abril de 2012

Por que sai fumaça do chuveiro se a água não chega a 100ºC?


A água só vira vapor a 100ºC? A água não precisa chegar a 100ºC para passar do estado líquido para o estado gasoso, senão nunca haveria chuva, pois rios, lagos e mares jamais entrariam em ebulição.

O segredo é que, além da ebulição, a água pode passar do estado líquido para o gasoso por duas outras maneiras. A primeira é a calefação, uma mudança quase imediata de estado. Ela ocorre quando você joga água numa chapa quente, por exemplo. A segunda é a evaporação. Para evaporar, a água precisa estar só um pouco mais quente que o ar.

É aí que entra o chuveiro: ele consegue gerar essa diferença de temperatura para fazer a água virar vapor. As gotinhas que caem a uma temperatura de pelo menos 20ºC superior à do ambiente têm boas chances de evaporar. Só para exemplificar, num banho bem quente, com temperatura média em torno dos 45ºC, cerca de 10% da água se perde em forma de vapor. Em um chuveiro elétrico comum, isso significa que cerca de 1,5 litro passa para o estado gasoso durante uma ducha rápida de apenas cinco minutos.

A fumaça é formada por moléculas de água que conseguiram passar para o estado gasoso. O que define o estado da água — sólido, líquido ou gasoso — é a agitação de suas moléculas. Quanto mais agitadas, maior será a temperatura do líquido. Na água que desce do chuveiro a uma média de 40ºC, por exemplo, há algumas gotinhas com moléculas em agitação equivalente a 50ºC. Para elas, é mais fácil se desgarrar da coluna d’água e virar vapor. Nesse mesmo banho a 40ºC, há gotinhas em que as moléculas têm temperatura de 30ºC. Como suas moléculas estão menos agitadas, elas têm menos energia e não conseguem passar para o estado gasoso. Elas permanecem no estado líquido e garantem o nosso banho.

Cuidado, se o chuveiro começar a sair muita fumaça e esta parecer um pouco preta desligue-o na hora, pois você pode estar queimando o seu chuveiro e arriscando a sua vida!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ciência e Música

Vocês já pararam para pensar nas relações entre a música e ciência?

"As relações entre ciência e música são muito profundas e têm suas raízes no próprio surgimento da ciência moderna. A música tem uma base física importante: são os sons afinados pela cultura que a constituem. Por outro lado, ela foi utilizada muitas vezes como metáfora e como inspiração para interpretar o mundo físico, em particular nos modelos cosmológicos." é o que nos conta o Dr. prof. Ildeu de Castro Moreira do Instituto de Física e Área Interdisciplinar de História da Ciência e das Técnicas e Epistemologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ ) e a jornalista Luisa Massarani do Centro de Estudos do Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz.
Fig. 1: Dr. Prof Ildeu (ele
tem uma cara de Físico)
Fig. 2: Jornalista Luisa
Massarani
A música é uma das artes mais ligadas à matemática e à física, podendo assim fazermos o seu paralelo direto com as ciências. Até meados do século XVI, ela era considerada um ramo da matemática. No período medieval constituía uma de suas disciplinas, integrando o quadrivium (do latim quatro e via: caminho, "quatro caminhos"): aritmética, geometria, astronomia e música.

A música é uma arte escorada em medidas precisas, o que garante uma aproximação com a ciência. Por outro lado, ela foi usada muitas vezes como metáfora e como inspiração para interpretar o mundo, em particular nos modelos cosmológicos, ou em tentativas descritivas da estrutura da sociedade humana. Se as descobertas científicas e os avanços técnicos estimularam mudanças e transformações na música em muitos aspectos, o oposto também se verificou. Em diversos períodos da história questões emanadas da música estimularam a investigação científica.

A harmonia musical do cosmo já mencionada, por exemplo, no Timeu de Platão promoveu uma concepção de uma harmonia universal no mundo físico que perdurou por séculos nas visões cosmológicas e foi uma fonte inspiradora para que Kepler chegasse a suas leis sobre o movimento dos planetas. Além das relações gerais já apontadas entre música, física e matemática, alguns outros aspectos emergem nas suas relações com a ciência: a construção de instrumentos musicais, que guarda ligação direta com o conhecimento físico e tecnológico da matéria e da acústica; as relações profundas entre o tempo, entre outas idéias.

Fig. 3: John Alexander
Reina Newsman
Seguindo esse pensamento, um químico do século XIX chamado John Alexander Reina Newlands (Inglaterra, 1837 - 1898) dispôs os 56 elementos químicos descobertos até então em 11 grupos, por ordem crescente de massa atômica.


Os elementos semelhantes possuíam massas em uma relação de multiplicidade 8, denominada “Lei das Oitavas”, que buscava a ordenação dos elementos químicos seguindo o exemplo da música, como as notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó').





Fig. 4: John Blake, foto retirada
do seu site

Já o contrário um músico dos EUA, Michael John Blake, resolveu pegar aquele número gigante, o Pi (vamos lá: 3,14..., e assim vai) e transformá-lo em uma canção. Como? Bem, tradicionalmente, cada uma das sete notas musicais está associada a um número. No caso: o Dó vira 1, o Ré vira 2 e assim por diante. A partir dessa transposição, ele criou um arranjo com piano, violão, acordeon, banjo e outros instrumentos (com direito a palminhas, até!) dos primeiros 31 dígitos do Pi. Achei o vídeo deste incrível trabalho no Youtube, segue aí:



Aproveitando para deixar uma pulga atrás da orelha dos músicos matemáticos, por que não fazer o mesmo para o número de Euler, o Neperiano?

Para aqueles que querem se aprofundar um pouco mais neste assunto, segue uma lista com alguns links interessantes que tratam do assunto:

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Como nasce e morre uma estrela?

Fig. 1: nascimento e morte de uma estrela tirada pelo
satélite Hubble no período de 2 anos

Vai dizer que você nunca se fez essa pergunta! Que você nunca quis saber o que acontece com as estrela!

Bom, quando olhamos para um céu estrelado, é difícil acreditar que aqueles astros se originaram há milhões e bilhões de anos a partir de nuvens escuras de poeira cósmica e que, um dia, eles simplesmente morrerão, ou até já poderiam ter morrido.

Fig. 2: Dr. prof. Thaís Eunice
Pires Idiart, Astrônoma
da IAG-USP
É isso que nos conta a professora Thais Idiart, do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP). "As melhores condições para se formar estrelas são encontradas nas chamadas nuvens escuras, que podem ser de gás, de poeira ou moleculares". O tamanho dessas nuvens é da ordem de centenas de anos-luz (o que representa para nós alguns bilhões de quilômetros) e a temperatura no interior delas equivale a, aproximadamente, 260ºC. É a partir delas que se originam não apenas uma, mas várias estrelas. "Elas quase sempre se formam em grupos, raramente isoladas", diz Thais.

O processo de formação desses astros pode levar algumas dezenas de milhões de anos. "O primeiro estágio se dá quando uma massa grande da nuvem começa a se contrair. Devido a instabilidades gravitacionais, ela pode se fragmentar em pedaços menores que, por sua vez, também podem colapsar e continuar a se dividir, formando, eventualmente, dezenas ou centenas de estrelas", explica a professora. À medida que começam a se contrair, esses fragmentos iniciam uma fase de aquecimento e passam a ser denominados proto-estrelas. "Quando a temperatura no centro deles alcança um valor alto suficiente para começar a reação de fusão nuclear, a contração para e a estrela nasce".

O tempo de vida de uma estrela está diretamente relacionado à sua massa. "As de massa bem maiores que a do Sol, cerca de dez vezes maiores, por exemplo, vão durar dezenas de milhões de anos, enquanto o tempo de vida do astro solar é de 10 bilhões de anos. Já estrelas com um décimo da massa solar têm uma expectativa de vida de várias dezenas de bilhões de anos", afirma Thais Idiart. A idade atual do Sol é de 4,5 bilhões de anos, "logo, ele tem ainda uns 5 bilhões de anos pela frente".

A professora explica que, durante as fases finais de vida do Sol, ele irá se expandir até atingir a órbita de Marte, transformando-se em uma estrela vermelha gigante. "Nessa fase evolutiva, todos os planetas internos, Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, serão extremamente aquecidos. Na Terra, os oceanos se evaporarão e o planeta perderá sua atmosfera". Terminada a fase de expansão, o astro inicia um processo inverso: "Irá encolher muito até se tornar uma estrela do tipo anã branca. A energia liberada por ele será menor do que a atual e o que restar dos planetas internos estará a temperaturas muito baixas", prevê.

Mas por que as estrelas morrem? "No núcleo delas, a energia é formada por fusão nuclear, ou seja, elementos mais leves vão se fundindo e formando os mais pesados com o passar do tempo", diz Thais. No caso do Sol, o hidrogênio (que é mais leve) transforma-se em hélio (que é mais pesado) por fusão nuclear. Quando o hidrogênio se esgota no núcleo da estrela, o hélio começa a se fundir para formar carbono. "Mas em uma estrela com a massa do Sol, a temperatura de fusão do carbono para formar elementos mais pesados nunca será atingida, então forma-se um núcleo que não mais produzirá energia e, com isso, começa o processo de morte da estrela".

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O que vocês não sabiam sobre o grande Isaac Newton!

Fig. 1: busto do grande Newton



Fiz um apunhado de coisas que as biografias não costumam mostrar a respeito de um dos cientistas mais importantes da história, Sr. Isaac Newton. Foi físico, matemático, astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo. Ah! E um louco!

Newton era uma figura decididamente estranha: brilhante muito além da conta, mas solitário, casmurro, irritadiço no limiar da paranoia, famoso pela distração (depois de tirar os pés da cama ao acordar, diziam que às vezes ficava sentado durante horas, imobilizado por uma súbida irrupção de pensamentos) e capaz das maiores loucuras. Ele construiu seu próprio laboratório, o primeiro de Cambridge, mas depois entregou-se a experimentos estranhos, onde só tinha ajudantes homens. 

Certa vez, inseriu uma sovela (agulha usada na costura do couro) na órbita do olho e esfregou-a só para ver o que aconteceria. O que aconteceu, milagrosamente, foi nada (pelo menos nada de duradouro). Em outra ocasião, Isaac Newton olhou para o Sol o máximo que conseguiu aguentar, para ver como isso afetaria sua visão. Escapou de danos duradouros, mas teve que passar alguns dias num aposento escuro para que seus olhos o perdoassem.

Fig. 2: Newton em um de seus
experimentos de ótica
Acima dessas esquisitices brilhava a mente de um gênio supremo. Quando estudante, frustrado pelas limitações da matemática convencional, inventou uma forma totalmente nova, o cálculo infinitesimal, no entanto o manteve em segredo por 27 anos. De modo semelhante, fez descobertas em óptica que transformaram nossa compreensão da luz e criaram a base da ciência da espectroscopia, mas de novo optou por não compartilhar os resultados por três décadas.


Metade de sua vida profissional dedicou à alquimia e a pesquisas religiosas extravagantes. Não eram meros interesses superficiais, e sim esforços de corpo e alma. Newton era adepto secreto de uma seita perigosamente herética denominada arianismo, cuja principal doutrina era a negação da Santíssima Trindade (uma ironia, já que a faculdade de Newton em Cambridge era Trinity - "Trindade" em inglês).

Passava horas a fio estudando a planta do templo perdido do rei Salomão em Jerusalém (aprendendo sozinho hebraico para entender melhor os textos originais), na crença de que ela continha pistas matemáticas sobre as datas da volta de Jesus Cristo. Em um dos manuscritos (datado do início do século XVIII), Newton por meio de análise dos textos bíblicos do livro de Daniel (encontrado no antigo testamento) conclui que o mundo deverá acabar por volta do ano de 2060, ao escrever "Ele pode acabar além desta data, mas não há razão para acabar antes"

Fig. 3: Philosophiae
Naturalis Principia
Mathematica do Newton
Depois que entregou-se dois anos a intensa reflexão e anotações, produziu sua obra-prima: os Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, que além de explicar matematicamente as órbitas dos corpos celestes, identificou a força atrativa que os mantinha em movimento: a gravidade. De repente, cada movimento do universo fazia sentido.

Uma das poucas vezes na história, uma mente humana produz uma observação tão arguta e inesperada que as pessoas não sabem o que é mais espantoso: o fato ou o pensamento acerca dele. O aparecimento dos Principia foi um desses momentos, fez Newton instantaneamente famoso pelo resto da vida.

Bom, fiquemos por aqui!

Essa matéria foi baseada no livro "Breve história de quase tudo" de Bill Bryson.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Termodinâmica

Fiz um apanhado de idéias e criei um resumo para auxiliar, tanto os alunos quanto os professores, nas aulas de termodinâmica e para todos aqueles que ainda têm dúvidas referentes a essa matéria. Nota-se que este material está mais direcionado para o ensino médio, mas para aqueles que não se lembram vale a pena dar uma olhada!

O material foi dividido em 4 aulas, segue o link do 4shared com o material:
http://www.4shared.com/rar/ZBl8G37J/Termodinmica.html

E segue uma lista de exercícios específicos para essa matéria:
http://www.4shared.com/office/D2yeFxgJ/lista_1.html?

Qualquer dúvida pode postar no comentário que eu farei o máximo para responder. Se ficar com vergonha, pode me mandar no e-mail.

Esse post foi feito para os meus alunos do cursinho Pré-Absoluto, mas não vejo problema em mais gente utilizar, contanto que divulguem o meu nome na publicação do meu material.

Assim que eu terminar, estarei postando as questões. Aguardem!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Café Brasil

Vai um cafezinho aí?!
Nada como um bom café para uma boa conversa... Seja ela de física, filosofia, história, matemática, política... Nada com um bom café...

E porquê não falarmos então de um bom Café que nos faz pensar melhor sobre o que está acontecendo ao nosso redor?

Devemos parar para ouvir um pouco mais esse louco, que não é físico, mas muito inteligente e esperto Luciano Pires e seu podcast, que fala sobre muitas coisas dentre elas uma bem especial que vai a favor de todos no Brasil. O simples ato de "despocotizar" a mente dos brasileiros.

Sim, é isso mesmo que você leu, "despocotizar". Tá meio perdido quanto a isso? Vai lá, ouve um pouquinho para você entender melhor do que se trata. É uma dica de um louco sobre outro louco!

E aí vai uma dica para os "gordinhos" de plantão, ouçam e entendam o que eu quero dizer com: "Ouça o Café Brasil!"!

http://www.podcastcafebrasil.com.br/podcasts/211-solidao-feminina-e-barrigudos

Aproveitem!

sábado, 7 de abril de 2012

O porquê deste Blog?!

Esse Blog foi criado para amenizar a falta da Física simples e fácil na vida das pessoas.
E também, para estreitar os laços entre aluno-professor em relação a indicações, material e estudos dirigidos para as salas de aula.

Espero que seja algo inovador e inspirador!

Sejam bem vindos ao Mundo da Física!