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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ciência e Música

Vocês já pararam para pensar nas relações entre a música e ciência?

"As relações entre ciência e música são muito profundas e têm suas raízes no próprio surgimento da ciência moderna. A música tem uma base física importante: são os sons afinados pela cultura que a constituem. Por outro lado, ela foi utilizada muitas vezes como metáfora e como inspiração para interpretar o mundo físico, em particular nos modelos cosmológicos." é o que nos conta o Dr. prof. Ildeu de Castro Moreira do Instituto de Física e Área Interdisciplinar de História da Ciência e das Técnicas e Epistemologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ ) e a jornalista Luisa Massarani do Centro de Estudos do Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz.
Fig. 1: Dr. Prof Ildeu (ele
tem uma cara de Físico)
Fig. 2: Jornalista Luisa
Massarani
A música é uma das artes mais ligadas à matemática e à física, podendo assim fazermos o seu paralelo direto com as ciências. Até meados do século XVI, ela era considerada um ramo da matemática. No período medieval constituía uma de suas disciplinas, integrando o quadrivium (do latim quatro e via: caminho, "quatro caminhos"): aritmética, geometria, astronomia e música.

A música é uma arte escorada em medidas precisas, o que garante uma aproximação com a ciência. Por outro lado, ela foi usada muitas vezes como metáfora e como inspiração para interpretar o mundo, em particular nos modelos cosmológicos, ou em tentativas descritivas da estrutura da sociedade humana. Se as descobertas científicas e os avanços técnicos estimularam mudanças e transformações na música em muitos aspectos, o oposto também se verificou. Em diversos períodos da história questões emanadas da música estimularam a investigação científica.

A harmonia musical do cosmo já mencionada, por exemplo, no Timeu de Platão promoveu uma concepção de uma harmonia universal no mundo físico que perdurou por séculos nas visões cosmológicas e foi uma fonte inspiradora para que Kepler chegasse a suas leis sobre o movimento dos planetas. Além das relações gerais já apontadas entre música, física e matemática, alguns outros aspectos emergem nas suas relações com a ciência: a construção de instrumentos musicais, que guarda ligação direta com o conhecimento físico e tecnológico da matéria e da acústica; as relações profundas entre o tempo, entre outas idéias.

Fig. 3: John Alexander
Reina Newsman
Seguindo esse pensamento, um químico do século XIX chamado John Alexander Reina Newlands (Inglaterra, 1837 - 1898) dispôs os 56 elementos químicos descobertos até então em 11 grupos, por ordem crescente de massa atômica.


Os elementos semelhantes possuíam massas em uma relação de multiplicidade 8, denominada “Lei das Oitavas”, que buscava a ordenação dos elementos químicos seguindo o exemplo da música, como as notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó').





Fig. 4: John Blake, foto retirada
do seu site

Já o contrário um músico dos EUA, Michael John Blake, resolveu pegar aquele número gigante, o Pi (vamos lá: 3,14..., e assim vai) e transformá-lo em uma canção. Como? Bem, tradicionalmente, cada uma das sete notas musicais está associada a um número. No caso: o Dó vira 1, o Ré vira 2 e assim por diante. A partir dessa transposição, ele criou um arranjo com piano, violão, acordeon, banjo e outros instrumentos (com direito a palminhas, até!) dos primeiros 31 dígitos do Pi. Achei o vídeo deste incrível trabalho no Youtube, segue aí:



Aproveitando para deixar uma pulga atrás da orelha dos músicos matemáticos, por que não fazer o mesmo para o número de Euler, o Neperiano?

Para aqueles que querem se aprofundar um pouco mais neste assunto, segue uma lista com alguns links interessantes que tratam do assunto:

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