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quarta-feira, 11 de abril de 2012

O que vocês não sabiam sobre o grande Isaac Newton!

Fig. 1: busto do grande Newton



Fiz um apunhado de coisas que as biografias não costumam mostrar a respeito de um dos cientistas mais importantes da história, Sr. Isaac Newton. Foi físico, matemático, astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo. Ah! E um louco!

Newton era uma figura decididamente estranha: brilhante muito além da conta, mas solitário, casmurro, irritadiço no limiar da paranoia, famoso pela distração (depois de tirar os pés da cama ao acordar, diziam que às vezes ficava sentado durante horas, imobilizado por uma súbida irrupção de pensamentos) e capaz das maiores loucuras. Ele construiu seu próprio laboratório, o primeiro de Cambridge, mas depois entregou-se a experimentos estranhos, onde só tinha ajudantes homens. 

Certa vez, inseriu uma sovela (agulha usada na costura do couro) na órbita do olho e esfregou-a só para ver o que aconteceria. O que aconteceu, milagrosamente, foi nada (pelo menos nada de duradouro). Em outra ocasião, Isaac Newton olhou para o Sol o máximo que conseguiu aguentar, para ver como isso afetaria sua visão. Escapou de danos duradouros, mas teve que passar alguns dias num aposento escuro para que seus olhos o perdoassem.

Fig. 2: Newton em um de seus
experimentos de ótica
Acima dessas esquisitices brilhava a mente de um gênio supremo. Quando estudante, frustrado pelas limitações da matemática convencional, inventou uma forma totalmente nova, o cálculo infinitesimal, no entanto o manteve em segredo por 27 anos. De modo semelhante, fez descobertas em óptica que transformaram nossa compreensão da luz e criaram a base da ciência da espectroscopia, mas de novo optou por não compartilhar os resultados por três décadas.


Metade de sua vida profissional dedicou à alquimia e a pesquisas religiosas extravagantes. Não eram meros interesses superficiais, e sim esforços de corpo e alma. Newton era adepto secreto de uma seita perigosamente herética denominada arianismo, cuja principal doutrina era a negação da Santíssima Trindade (uma ironia, já que a faculdade de Newton em Cambridge era Trinity - "Trindade" em inglês).

Passava horas a fio estudando a planta do templo perdido do rei Salomão em Jerusalém (aprendendo sozinho hebraico para entender melhor os textos originais), na crença de que ela continha pistas matemáticas sobre as datas da volta de Jesus Cristo. Em um dos manuscritos (datado do início do século XVIII), Newton por meio de análise dos textos bíblicos do livro de Daniel (encontrado no antigo testamento) conclui que o mundo deverá acabar por volta do ano de 2060, ao escrever "Ele pode acabar além desta data, mas não há razão para acabar antes"

Fig. 3: Philosophiae
Naturalis Principia
Mathematica do Newton
Depois que entregou-se dois anos a intensa reflexão e anotações, produziu sua obra-prima: os Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, que além de explicar matematicamente as órbitas dos corpos celestes, identificou a força atrativa que os mantinha em movimento: a gravidade. De repente, cada movimento do universo fazia sentido.

Uma das poucas vezes na história, uma mente humana produz uma observação tão arguta e inesperada que as pessoas não sabem o que é mais espantoso: o fato ou o pensamento acerca dele. O aparecimento dos Principia foi um desses momentos, fez Newton instantaneamente famoso pelo resto da vida.

Bom, fiquemos por aqui!

Essa matéria foi baseada no livro "Breve história de quase tudo" de Bill Bryson.

Um comentário:

Flávia disse...

Muito interessante!
Uma vez eu li uma biografia do Newton. Lá dizia que além de louco, ele era muito interesseiro. Foi capaz de casar a própria sobrinha com um banqueiro para tirar proveito.
Não me lembro o autor da biografia...