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domingo, 27 de maio de 2012

8 Mitos sobre Cientistas


Não pude deixar de compartilhar com os caríssimos e amigos leitores estes oito mitos sobre cientistas, que encontrei no Tumblr The Mighty Ribozyme (originalmente publicado na ScienceMag por Adam Rubben).
Duvido não perceberem uma identificação tremenda imediatamente! OBS: Adicionei algumas observações pessoais em itálico
Divirtam-se!

Mito #1: Cientistas frequentemente fazem importantes descobertas
Realidade: descobertas científicas são agonizantemente lentas (e não raramente surgem sem planejamentos). “A única vez que eu corri pelado pelas ruas gritando ‘eureka!!’ foi quando eu esqueci de reabastecer meu frasco de medicamentos.”

Mito #2: Cientistas trabalham isoladamente
Realidade: Cientistas são mais orgulhosos de estabelecerem colaborações do que de seus resultados. A maioria dos discursos científicos terminam com um slide listando todos os colaboradores, como pequenas medalhas de honra. Quanto menos similar for o campo de estudo do colaborador, mais orgulhoso fica o cientista. “Pois é, eu até posso ter descoberto a cura da tuberculose”, um cientista irá dizer, “mas com o que eu fiquei mais animado é esta nova colaboração um poeta islandês!!”.

Mito #3: Cientistas possuem habilidades úteis
Realidade: Cientistas possuem habilidades úteis no laboratório (e nem isso é regra! quem nunca teve um colega COF COF que quebrava toda vidraria, estragava as cubas de eletroforese ou deixava cair reagentes no chão?). Porém, você nunca deveria permitir que um físico providencie a fiação da sua casa (ou deixar um decorar seu apartamento… provavelmente vai ser tomado por miniaturas de bonecos de Star Wars e banners de Star Trek, fora umas toalhas aleatórias, para parecer muito inspirado pelo Mochileiro das Galáxias, né?! XD).

Mito #4: Cientistas seguem o método científico como ele foi ensinado no ensino médio: Observação, Questionamento, Pesquisa, Hipótese, Experimento, Conclusão.
Realidade: A forma que os cientistas trabalham se parece mais com isso: Mexericar, Encontrar Algo Estranho, Repetir o Teste, Não Acontece uma Segunda Vez, Se Distrai Tentando Fazer com que Aconteça Novamente, Ir para a Sala do Café (substituível por tomar muitos litros de "alguma substância diferenciada" em um canto inóspito), Relembrar o Propósito Inicial da sua Pesquisa, Recomeçar, Submeter Pedido de Financiamento para um Melhor Instrumento (faltou dizer que manda os alunos da graduação e pós graduação fazerem isso), Publicar Alguma “Babaquice” Provisória, Perceber que Alguém já Tinha Publicado Babaquice Semelhante Antes, Ter Crise Existencial e Descontar nos Orientados, Levar o seu Laboratório para uma Nova Direção, Submeter Pedido de Financiamento para esta Nova Direção, Colaborar com um Poeta Islandês, Tomar Café com um Poeta Islandês (acho que poetas islandeses devem gostar de  "alguma substância diferenciada" também, nada como uma companhia em um canto inóspito), Co-escrever um Ode Cientificamente Acurado sobre as Morsas, Se Interessar por Algo Não Relacionado, Solicitar Financiamento para Algo Não Relacionado, Perceber que Já se Passaram 20 Anos.

Mito #5: Experimentos sempre rendem dados que ensinam ou revelam alguma coisa.
Realidade: Digamos que você está fazendo um experimento com cinco camundongos. Estes camundongos se tornarão amarelos ou azuis. Então você entra no laboratório, esperando ver cinco camundongos amarelos, o que apontará para uma explicação, ou cinco camundongos azuis, o que apontará para a outra. Ao invés disso, você verá um camundongo amarelo, um verde, um listrado, um xadrez (morto), e outro que, de alguma forma, costurou para si próprio uma jaquetinha azul, apesar de ele não curtir usá-la o tempo todo (provavelmente este camundongo criou a habilidade de fazer risos irônicos também, mas isso fica meio complexo de explicar assim, do nada)(ah, o fato de conseguir perceber os risos irônicos fica fora de cogitação).

Mito #6: Uma tragédia pessoal pode tornar um cientista maldoso.
Realidade: Poucos cientistas são legitimamente maldosos, apesar de este número aumentar se você pedir para alunos de pós-graduação caracterizarem seus orientadores (por “tragédia pessoal”, leia-se a não aprovação de um requerimento de financiamento para projeto, ou um artigo rejeitado, ou mesmo falta de café). Além disso, é realmente difícil ser verdadeiramente mau quando você não tem nenhuma habilidade prática (se bem que uma pipeta de vidro poderia fazer um bom estrago… fora os perigos de um laboratório de histologia!).

Mito #7: Um cientista pode ser proficiente em todos os ramos da ciência.
Verdade: Qual era exatamente a disciplina em que o professor de “A Ilha dos Birutas” era especializado? Química? Engenharia Mecânica?  Construção de transistor baseada em cocos?  Qualquer fosse o momento que um problema precisasse de solução, o professor sabia exatamente o que fazer. Aquele cara podia fazer qualquer coisa. Exceto um barco. Pessoas não muito familiarizadas com ciência (e mesmo as familiarizadas) acreditam que cientistas podem dominar qualquer assunto. É por isso que volta e meia nos perguntam acerca de nossas opiniões sobre novidades científicas, às quais simplesmente respondemos “humpf, pois é, veja bem, eu sei que sou filogeneticista molecular, e que sua história era sobre filogenia molecular, mas, errrrr, eu sou um tipo diferente de filogeneticista molecular” (situações mais corriqueiras seriam algo como “VOCÊ QUE É BIÓLOGO, o que é essa plantinha que está crescendo na rachadura do meu muro? hein hein?”, ao que o cientista responde “pois é, eu trabalho na verdade com ecologia de peixes bentônicos…eu não sei o que é sua plantinha”. Obviamente a réplica seria “mas você não deveria saber de todas essas coisas biológicas??”).

Mito #8: Cientistas não são sexies
Verdade: Cientistas são, sim, muito sexies! Não apenas nossos jalecos nos fazem parecer mais elegantes e charmosos (se limpos então, fica um chuchu de lindo!), como estes mesmo jalecos ficam ainda melhores posicionados sobre uma lâmpada enquanto te conquisto por completo (clima romântico!).

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